sexta-feira, 3 de julho de 2009

Meu programa japonês

Estranho. Assim posso definir o atual momento de minha vida. Como assistir um programa japonês de TV sem legenda nem sinopse. Você vê. Contudo, não reconhece perfeitamente os signos que são apresentados. Não entende o que é dito nem sabe o significado daqueles rabiscos que eles insistem em chamar de letras.

Nos últimos seis meses vivo com certo estranhamento a minha própria vida. Em um período de 2008, cheguei a imaginar que havia, enfim, colocado tudo nos trilhos. Carreira, relacionamento, família, amigos, sonhos. Tudo parecia encaminhado e com resultados mais que positivos para 2009.

Uma soma de eventos e desventuras me trouxe aqui. Passado meio ano de 2009, nada do que estava encaminhado se consolidou. E, ainda, acabei perdendo duas grandes referências que me acompanhavam desde 2003. Uma profissional e outra de vida.

No começo do ano, fiquei sem emprego. Aquele que eu um dia achei que seria mesmo o meu futuro. E, agora, vivo o fim de um relacionamento afetivo, amoroso e afins. O qual sonhamos que poderia ser para sempre.

Consegui superar relativamente rápido a situação de desemprego – em menos de um mês já estava em uma nova empresa. Mas, ficou aquela sensação do que poderia ter sido.

O relacionamento findou em junho. Foi tudo decidido calmamente e muito racionalmente. Decidimos correr os riscos de tentar novos relacionamentos que nos fizessem felizes.

Já me peguei olhando para o presente sem entender direito o que cada situação representa, o que cada palavra ou ato significam. Cá estou em frente ao meu desorientado apresentador de olhos puxados, que grita mais do que fala em um cenário de cores berrantes e com um dinossauro de espuma verde. Não entendo nada desse programa e não sei como vai acabar.

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